quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O PRIMEIRO ENCONTRO




































  • EUA (2016)
  • Título: "Arrival", "O primeiro encontro" (Portugal), "A chegada" (Brasil)
  • De: Denis Villeneuve
  • Com: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker
  • Western, Sci-fi, drama, mistério
  • Audio: Inglês, russo, mandarim; Duração:116 minutos; Cores

  • IMDb
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    1 comentário:

    1. Sobre este filme poder-se-á dizer muito do que foi dito sobre “Gravidade”, o filme de Alfonso Cuaron, que ganhou o Óscar de melhor filme de 2014: realizador com jeito para a coisa, trabalhando habilidosamente a matéria prima (argumento, fotografia, actores) e esmerando-se na aparência de um produto final apelativo onde não faltam os competentes enquadramentos e efeitos especiais e sobram os lacinhos metafísicos para lhe conferir “complexidade” e “profundidade”.
      Se algum mérito tem Villeneuve nesta megaprodução com todos os ingredientes e tiques de Hollywood, é criar uma história para além da história que embala o filme. Se à superfície o filme não é mais do que a reposição da mesma história da carochinha do contacto de seres alienígenas com a espécie humana, que tem alimentado há décadas o nosso imaginário, aqui com um toque de sofisticação pela decomposição visual e psicológica do processo de descodificação da linguagem que permite estabelecer uma base relacional e pela subversão da linearidade do tempo, há um subtexto que faz dele uma “outra coisa”.
      Sendo certo que os círculos visuais e as suas equivalentes elipses espacio-temporais que medram no filme como cogumelos heptapódicos, têm posto muitas cabecinhas à roda, sem que isso tenha a ver especificamente com este filme - é meramente matéria do argumento decalcado da novela de Ted Chiang, “Story of your life” - o que importa relevar é o ambiente e o “pathos” que o filme cria e propaga e que nos remete para os limites da nossa humanidade.
      Quanto à forma, não estávamos à espera de outra coisa que não fosse o arrumar dos habituais “clichés” da ordem, de um produto embrulhado à medida dos prémios que o aguardam. Os militares com as fuças e os métodos da praxe (pobre “boneco” o do Forest Whitaker). A criancinha que morre (olá “Gravity”, de novo !) e que “ressuscita” graças à recriação de um tempo circular e não linear ( atenção aos círculos, seus estúpidos !). O próprio enquadramento romântico adquire aqui uma chancela filosófica e científica de realçar, ainda que sem qualquer tesão, como dirão os amigos brasileiros, o que é pena...
      Para quem prefere cinema independente por gosto e não preconceito, experimentar este filme “comercial”, pode ser desopilante, quanto mais não seja pelo contraponto que importa rever entre a sedução da espetacularidade e o desapego da simplicidade e porque afinal de contas o cinema “não comercial” tem também as suas receitas e redundâncias que importa desmistificar.
      (** -duas estrelinhas)

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