segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

21 GRAMAS



































  • EUA (2003)
  • Título: "21 Grams" (Original) , "21 Gramas" (Portugal e Brasil)
  • De: Alejandro G. Iñárritu
  • Com: Sean Penn, Benicio Del Toro, Naomi Watts, Charlotte Gainsbourg, Melissa Leo, John Rubinstein, Danny Huston
  • Drama
  • Audio: Inglês; Duração:124 minutos; Cores
  • Fnac (DVD)

  • IMDb
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    3 comentários:

    1. Crime e castigo.Viver com a culpa ou não ser capaz de o fazer.Seja em que século for o mesmo dilema.Aqui Terra de fronteira americana.Ambiente que varia do agreste ao bem bom conforme a personagens.Vidas em constante luta com a lei e com a sobrevivencia.Vidas em luta pela sobrevivencia mas literalmente ou seja a espera de um transplante.O realizador como viria a demonstrar em Babel gosta de construir mosaicos em que as vidas se interpenetram por acasos do destino ou de Deus.
      A um tom de desespero em todos os personagens que é exagerado.Há uma incapacidade para viver de forma "normal" e quando tentam algo externo se encarrega de os voltar a empurrar para o fundo.Atores competentes.Dispensavel.

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    2. A narrativa não linear, com constantes, quase sempre abruptos e aparentemente aleatórios "fashbacks" e "flash forwards". O que pretende Iñarritu com este artifício ?
      Quanto a mim, se ele optasse por uma narrativa linear, a semelhança com uma novela mexicana seria flagrante, senão vejamos: personagens tipificados e enredo pleno de clichés. Jack, o ex-presidiário em processo de redenção, Paul, o Arquiteto-filósofo com doença cardíaca grave à espera de transplante e Cristina, a ex-toxicodependente recuperada e vivendo atualmente um casamento "de sonho". Três linhas narrativas paralelas que se entrecruzam, através de um acidente, provocado por quem ? Adivinharam, foi o marginal coitadinho, que as "circunstâncias externas desfavoráveis", o colocam em permanente luta entre o bem e o mal, a redenção e a perdição. Cristina é bonita e perfeita e Paul é o equivalente masculino desse arquétipo, embora gravemente doente. Quando este recebeu o coração do marido de Cristina, estes polos estavam condenados a um encontro melodramático. O coração, órgão real , bomba vital, sinónimo de vida versus morte e locus simbólico das emoções e do amor. "Con-córdia versus dis-córdia".
      Não podia faltar o tiro nesse coração real e virtual, no apex desta tensão espiralada. E acabar a narrativa com uma tirada filosófica em voz off, remtetendo-nos de novo para o início do filme, a conversa entre Jack e o irmão, sobre os "planos" de Deus.
      Portanto misturando bem estes ingredientes na Bimbi de Iñarritu, poderia o realizador entreter melhor a plateia, através de quadros enigmáticos e charadas filosóficas sobre o sentido da vida e o amor. Só que mesmo assim, estando o espectador colocado nesse limbo temporal que tende a relativizar a culpa e a redenção, o que emana é a previsibilidade e o moralismo de caracacá.

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    3. Como é evidente, este filme é um tiro certeiro no coração de gente sensível, nos quais se inclui este humilde escrevinhador de opiniões e portanto, não é de deitar no lixo comum, antes terá melhor destino num adequado recipiente de recicláveis.
      Modéstia à parte, se eu pegasse no filme e o reciclasse, talvez obtivesse o prémio "Un certain regard" do festival de Cannes.
      Tinha que mudar algumas coisas do argumento, a começar pelo título, que passaria a ser "21 centímetros".
      Então seria assim:
      O acidente seria provocado por Michael, arquiteto, marido de Cristina, que distraído pelas filhas em algazarra no carro, não viu as outras duas crianças, filhas de Jack, o ex presidiário, quando estas atravessavam a rua. Aflito, o arquiteto, em vez de socorrer as crianças atropeladas, foge para casa. Só que um homem de meia idade, que fazia "jogging", assistiu a tudo e registou a matricula do carro do arquiteto. Esse homem era um professor de matemática, chamado Paul, impotente, que aguardava a cirurgia para colocação de uma prótese peniana. Por uma estranha coincidência para o público pensante, mas oportuna deixa de argumento, o telemóvel de Paul toca logo a seguir ao acidente, ele atende e era o médico a dizer que ele teria que se deslocar de imediato ao hospital para a cirurgia. Por isso ele (ainda) não foi nessa noite dar sequência à queixa contra o fugitivo. Mas depois da operação (prótese de 21 cm), resolveu averiguar a matricula com a ajuda de um amigo seu da policia e descobriu o endereço de Michael, o marido de Cristina. Mas antes procurou Jack, o pobre pai que ficou sem os filhos e juntos deslocaram-se a casa de Cristina e Michael. Aí ambos constataram que ela, Cristina, tinha sido no passado amante dos dois, em períodos diferentes. Agora, Paul tem duas razões para matar Michael: a sua cobardia no acidente e o lugar que este ocupa na cama com Cristina. Subsequentemente, várias situações cruzam a vida de Jack, Cristina e Paul, com Michael na cadeia, onde Jack com a ajuda de um presidiário seu amigo tenta converter e regenerar o marido de Cristina. Isto tudo em "flashbacks e flashforwards", de cortar a respiração e turvar a vista, ficando-se a saber entretanto, que devido à culpa e a hábitos de higiene pouco escrupulosos, Paul evidencia sinais de rejeição da prótese e ao tentar matar Michael agrava a infecção e no Hospital é-lhe retirada, de urgência a prótese, mas ele não resiste e morre de septicémia. No entanto, imediatamente antes de morrer, ainda balbucia uma enigmática frase: "21 cm é a distância que separa a vida da morte mas as contas só se fazem no fim, como diz o Jesus".

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