sábado, 24 de setembro de 2016

CARTAS DA GUERRA




































  • Portugal, 2016
  • De: Ivo Ferreira
  • Com: Miguel Nunes, Margarida Vila-Nova e Ricardo Pereira
  • Drama

  • IMDB
    Cinecartaz Público
    Público (VC)
    Público (LMO)
    Público (JM)
    Hoje Vi(vi) Um Filme
    InsiderFilm
    Metropolis
    The Short Guide To Movies
    À pala de Walsh

    3 comentários:

    1. Em primeiro lugar foi um prazer muito grande ver este filme.
      Um preto e branco sobrio nas explorações das cambiantes de tom e uma alternancia de grandes planos com planos fechados sobre cenario e personagens respectivamente e como pano de fundo sonoro textos das cartas de um marido que escreve e reflete sobre as suas circunstancias e a de todos os envolvidos.Consegue e não é tarefa de somenos de que a narrativa seja fluente e comovente sem perder o pé.Há uma sensação de opressão que nos vem da visão e nos transporta para dentro daquele inferno que é o de todas as guerras independentemente das suas circunstancias .O inimigo é a própria guerra.As imagens contam e chegam por si sós e isso é muito bom cinema creio.A cor que ás vezes as sequencias parecem pedir seriam uma distração e diminuiriam a tensão e do arrastar do tempo em que estamos mergulhados desde o inicio do filme.O tema é universal mas poderá ser interpretado de uma forma mais ou menos intensa por espectadores com uma maior ou menor relação com as circunstancias sócio culturais da época.
      Um filme a nãoperder na minha opinião para que gosta do cinema e mais ainda por aqueles cuja historia se cruzou mais ou menos diretamente com as particularidades da nossa historia recente.
      Belo e comovente.Serio e intenso.Um nome que promete o do realizador.

      ResponderEliminar
    2. Acabei de chegar do Cinema onde na companhia de uma dúzia de comparsas, tive o privilégio de assistir a este magnífico filme. Um filme antes de mais honesto. Tivera o realizador o desejo de mais público e mais retorno financeiro (?) do que irá usufruir e optaria se não pela cor integral, pelo menos pela mistura de cor e preto e branco. A minha aderência emocional ao filme e suas personagens foi crescendo com o desenvolver da narrativa. A princípio, o preto e branco é algo desconfortável mas depois torna-se natural.O tom confessional e intimista da narrativa é surpreendentemente belo e cativante.Para mim, aquelas cartas de Lobo Antunes atingem no cinema uma dimensão nova e comovente como se continuassem verdadeiramente a escrever e ler num eterno retorno fora do tempo e do espaço, um milagre que este filme materializa.

      ResponderEliminar
    3. Em pelo menos duas análises que li, o filme é desvalorizado porque supostamente haveria uma “canibalização” ou neutralização das imagens pela ” torrente” das palavras do escritor nas cartas que escreve e que são lidas (e bem ) pela voz da amada. Para isso era preciso que as cartas tivessem assim tantos elementos descritivos ou ilustrativos, que na realidade não têm. Aliás as cartas, são como todas as cartas, dizer que aquilo é literatura - eu já ouvi falar em “pré-literatura” – é um bocado idiota, embora se tenha vendido como tal. Portanto, esse é o principal equívoco. As cartas funcionam como "leit-motiv" para a narrativa e apenas repetem incessantemente as palavras AMOR e SAUDADE e funcionam como contraponto emocional a um cenário desolador e como um reflexo de um tempo , o do protagonista, que se escreve em forma de solidão e de saudade.

      ResponderEliminar