quinta-feira, 24 de novembro de 2016

RUA PRINCIPAL



































  • Espanha, França (1956)
  • Título: "Calle Mayor" (original), "Main Street" (Inglês), "Rua Principal" (Portugal)
  • De: Juan António Bardem
  • Com: Betsy Blair, Jose Suarez, Yves Massard, Dora Doll, Maria Gámez, José Prada
  • Drama
  • Audio: Espanhol; Duração: 99 minutos; Preto e Branco
  • Amazon Espanha (DVD, sem legendas)

  • IMDb
    Muchas Pelis... (Espanhol)
    Cinemelodic (Espanhol)
    Hans-Jorg Neuschafer- Adiós a la Espana Eterna (Livro em Espanhol - Google Books)

    2 comentários:

    1. Um país concentrado numa pequena cidade .Um espelo de uma sociedade .Podia ser em Portugal ou em muitos outros paises aliás há um filme do Felini :Os Inuteis em que de uma forma mais elaborada e menos centrada no drama individual trata um pouco desse ambiente que a maior parte de nós ainda conheceu bem nas nossas pequena vilas mesmo até á decada de 70.O filme tratado com muita sensibilidade e até carinho pelas personagens mesmo que socialmente menos valorizadas e estamos a falar do franquismo puro e duro.Não é á toa que o tema contorna a critica social centrando se no drama individual e de consciencia.Fa lo de forma magistral em meu entender.Um filme muito bom..

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    2. Depois do excelente noir "Morte de um ciclista" de 1955, que é mais um exercício de cinema do género, de resto exemplarmente executado, do que uma crítica social e política, Bardem volta-se no ano seguinte para a Espanha "profunda" e para o comentário social com este "Calle Mayor". Uma cidade de província, apresentada no início pelo seu bibliotecário como um microcosmos da realidade Espanhola, com a sua religiosidade extremada e rígidas convenções sociais, assentes num machismo asfixiante e humilhante da condição feminina, que à distância de muitas décadas denunciam um País fechado e parado no tempo.
      Juan - o nome diz tudo - representa esse marialvismo cobarde e Isabel, a solterona da "classe média" da época é a sua vítima perfeita. Os instigadores da infâmia -os amigos de Juan - representam os perpetuadores deste regime opressivo e são caricaturalmente representados por Bardem, com algum cinismo à mistura, porque grandes retratos decerto lhe seriam vedados pela censura. É uma pena que o filme se veja por vezes apertado nesta camisa de forças, remetido a um esquematismo primário que não o aniquila, só porque no essencial, fica salvo pela honestidade com que faz o retrato humano das principais personagens nas suas forças e fraquezas, convicções e dúvidas, primorosamente captados nos rigorosos planos e enquadramentos do realizador, aqui e ali, sobretudo no clímax e desfecho da narrativa, com um brilhantismo evocando Hitchcock e Reed.

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