terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A LUZ ENTRE OCEANOS




































  • UK, Austrália, EUA, (2016)
  • Título: "The Light Between Oceans" (original), "A luz entre Oceanos" (Portugal e Brasil)
  • De: Derek Cianfrance (realização e argumento, baseado na novela homónima de M.L. Stedman)
  • Com: Michael Fassbender, Alicia Vikander, Rachel Weisz, Anthony Hayes, Bryan Brown
  • Drama, Romance
  • Audio: Inglês ; Duração: 133 minutos; Cores
  • Amazon. UK (Blu-ray)
  • Sinopse:

  • Depois da Primeira Grande Guerra, Tom Sherbourne (Michael Fassbender), um soldado traumatizado que foi aclamado como herói, regressa à costa oeste da sua Austrália natal, para trabalhar num farol, na ilha de Janus. Lá, apaixona-se por  Isabel (Alicia Vikander) e casam-se. Tentam ter filhos, mas perdem o bebé em todas as gravidezes. Um dia, encontram um barco a remos com o cadáver de um homem e uma bebé recém-nascida, que adoptam como sendo deles. Mas à medida que a criança cresce, Tom enfrenta as consequências de assumir uma criança como sendo sua – especialmente após conhecer uma mulher (Rachel Weisz), que perdeu sua bebé e seu marido no mar na mesma época em que adotaram sua filha.

    1 comentário:

    1. Que o melodrama é um género agonizante e suscita muitos anticorpos nestes tempos de politicamente correcto também no campo das emoções, já se sabia. Por isso uma incursão nestas águas turvas é antes de mais um acto de coragem. Grande parte da artilharia pesada que foi assestada contra este filme, quase sempre com a tónica no exagero da carga "dramática", é algo surreal. Alguns arriscam outras acrobacias metalinguísticas e vaticinam que a fotografia e as paisagens belíssimas quebram a carga dramática. De morrer a rir, depois do suposto vale de lágrimas que o filme está longe de ser.
      Claro que o filme foi um projecto arriscado e manifesta algumas incongruências narrativas, explicáveis por deficiências de um argumento que procurando seguir a ideia geral do livro, por vezes não atina com o tempo cinematográfico ideal, que como sabemos é bem diferente do tempo da narrativa literária, ou seja acontecimentos que vemos quase em sucessão no filme, são em geral espraiados no livro, e muitas vezes o resultado é inesperado e indesejado. A sequência do baptizado e da descoberta da mãe biológica no cemitério é um bom exemplo. No filme parece um artifício narrativo pela proximidade temporal dos dois acontecimento.
      Este é um filme que tem vida para além das metáforas que parecem óbvias mas que se tornam naturais com o decorrer do filme: o farol no encontro de oceanos, uma alegoria do amor vivido pelo casal e a ilha de Janus com as suas duas faces, adivinhando conflitos e olhares alternativos, que se revelam relativamente consistentes no filme, servido ainda por uma representação brilhante de Fassbender, um dos melhores actores da sua geração.
      (***)

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