Bem poder-se-á dizer que os filmes biográficos americanos são todos parecidos na sua estrutura demasiado convencional e monolítica, em muitos aspetos lembrando o formato televisivo . No fundo, entende-se que as biografias obedeçam a uma preocupação de veracidade e tendam a secundarizar por motivos vários os pormenores menos abonatórios da vida dos biografados, mas há formas de contar as histórias que não se limitem à descrição, ordenação e explicação dos factos, no fundo que interpelem e surpreendam o espectador. Não é o caso deste "Loving". Este é um mais um filme , sem sal, de um realizador - Jeff Nichols - que prometia muito com o magnífico "Histórias de caçadeiras" e que a partir daí só nos tem desiludido. O tema - a proibição do casamento inter-racial no sul dos Estados Unidos no fim da década de 50 - até que prometia, mas é evidente a falta de ousadia para construir uma biografia ficcionada com personagens que pareçam de carne e osso e não "bonecos" sem densidade psicológica. No fim do filme é exibida a foto real da revista Life com a mulher negra de cigarro na mão e um olhar trocista, que não parece nada com a personagem apagada que acabamos de ver no filme. Lost in translation ? (*)
Bem poder-se-á dizer que os filmes biográficos americanos são todos parecidos na sua estrutura demasiado convencional e monolítica, em muitos aspetos lembrando o formato televisivo . No fundo, entende-se que as biografias obedeçam a uma preocupação de veracidade e tendam a secundarizar por motivos vários os pormenores menos abonatórios da vida dos biografados, mas há formas de contar as histórias que não se limitem à descrição, ordenação e explicação dos factos, no fundo que interpelem e surpreendam o espectador.
ResponderEliminarNão é o caso deste "Loving". Este é um mais um filme , sem sal, de um realizador - Jeff Nichols - que prometia muito com o magnífico "Histórias de caçadeiras" e que a partir daí só nos tem desiludido.
O tema - a proibição do casamento inter-racial no sul dos Estados Unidos no fim da década de 50 - até que prometia, mas é evidente a falta de ousadia para construir uma biografia ficcionada com personagens que pareçam de carne e osso e não "bonecos" sem densidade psicológica.
No fim do filme é exibida a foto real da revista Life com a mulher negra de cigarro na mão e um olhar trocista, que não parece nada com a personagem apagada que acabamos de ver no filme. Lost in translation ?
(*)