terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O HERÓI DE HACKSAW RIDGE



































  • Austrália, EUA, (2016)
  • Título: "Hacksaw Ridge" (original), "O herói de Hacksaw Ridge" (Portugal), "Até o último Homem" (Brasil)
  • De: Mel Gibson
  • Com: Andrew Garfield, Sam Worthington, Luke Bracey, Hugo Weaving, Teresa Palmer, Vince Vaughn, Rachel Hriffiths; Nathaniel Buzolic, Ben Mingay
  • Drama, História, Guerra
  • Audio: Inglês ; Duração: 139 minutos; Cores
  • Amazon.UK (Blu-ray)
  • Sinopse:

  • Durante a Segunda Guerra Mundial, Desmond T. Doss alista-se no exército americano como Paramédico, já que o seu sonho era se tornar médico, que não conseguiu por escassez de recursos económicos e poucos estudos. Porém, ele se recusa a pegar em armas e matar pessoas. Apesar de ser visto como um cobarde, durante a Batalha de Okinawa ele trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado, tornando-se além disso o primeiro objector de consciência da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso.

    1 comentário:

    1. Estamos perante um exemplo de Cinema que convida aos chatérrimos e primários discursos dicotómicos de violência versus pacifismo. Eu acho que isto é antes de mais cinema e como arte por excelência representativa do comportamento humano, é natural que aborde tudo o que as pessoas fazem, pensam e sentem, que como sabemos não obedece propriamente a arquétipos ideais,porque o ser humano é assim, complexo,capaz do melhor e do pior. Quem quiser passar uma esponja sobre a história e ignorar isso, está livre para o fazer. Alguns prefeririam descrever a guerra com palavras, questionando-a na sua essência de desumanidade e isso não é menos legítimo do que tratá-la de forma "pura" e dura como o filme de Gibson.
      Bem sei que aqui reina o primado dos vencedores e dos heróis e as suas versões da História e das histórias. E as guerras fazem-se antes de mais nada dos piores instintos do ser humano. A cobardia numa guerra também já foi várias vezes versada em livros e filmes e é um tema interessante. Neste género de filmes tudo funciona em modo de exagero épico, uma forma algo infantil mas eficaz de distorcer a realidade.
      O maniqueísmo é quase sempre uma consequência directa deste heroismo infantil: que se danem os inimigos dos bons, porque só podem ser maus e merecem ser chacinados e queimados.Assim como os soldados sabem o lado por que combatem,também nós os espectadores escolhemos muitas vezes sem dar por isso, como num jogo infantil, os nossos aliados.
      Eu acho que o filme de Gibson desconstrói de forma tecnicamente brilhante este imaginário dos filmes de guerra, cuja semelhança com a realidade é quase sempre elusiva.
      Descontando os habituais tiques da máquina de Hollywood, mas que diabo, de que é que estávamos à espera ?!
      (**)

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