Nascido em Viena (Áustria), a 28 de Novembro de 1881, numa abastada família judaica, Stefan Zweig era, nos anos 1920 e 30, um dos mais populares autores europeus. Quando rebenta a II Grande Guerra e os nazis invadem França, deixa definitivamente a Europa e parte para os EUA. Em 1941, muda novamente de país, desta vez para o Brasil, instalando-se em Petrópolis, Rio de Janeiro. A 23 de Fevereiro de 1942, deprimido com o crescimento da intolerância e do autoritarismo na Europa e sem qualquer esperança no futuro da Humanidade, Stefan Zweig despede-se com estas palavras: "Envio saudações a todos os meus amigos: que eles possam viver para ver a aurora após esta longa noite. Eu, que sou demasiado impaciente, vou à frente". (In Público)
Em tempo de la-la-lands e de outras insignificâncias premiadas pela indústria - americana, claro ! - recomendar um filme destes é uma verdadeira provocação. Uma filme sobre a Europa, neste contexto, nem de propósito...
ResponderEliminarUma Europa vista de fora, com um imenso oceano de permeio. Uma Europa em estertor, em contraponto a uma Europa sonhada, idealizada, utópica, adiada..Uma Europa amada e saudosa, mesmo quando se está num autêntico paraíso, na "terra do futuro"- palavras do escritor conscientemente denotando mais bondade do que racionalidade - este estaria longe de ser um exílio indolor e sem consequências. E Stefan Zweig soube passar directamente às conclusões.
Um filme sem pressa, que flui como o curso do pensamento até a um fim onde fica bem patente a suprema contradição entre a força das ideias e das convicções e as fragilidades e contingências da alma humana.
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