sábado, 15 de outubro de 2016

A MORTE DO SR. LAZARESCU





































  • Roménia, 2005
  • Título: "Mortea domnului Lãzãrescu" (Romeno- original), "A morte do Sr. Lazarescu" (Portugal e Brasil)
  • De: Cristi Puiu
  • Com: Ion Fiscuteanu, Doru Ana, Monica Dean, Alina Berzunteanu, Luminitia Gheorghiu
  • Drama
  • Audio: Romeno; Duração: 153 minutos; Cor
  • FNAC


  • IMDB
    Cinecartaz Público
    Público - Ipsilon (LMO)
    Cinema2000 (1)
    Cinema2000 (2)
    CineReporter
    C7nema
    Cineclube de Tomar
    Contracampo - Revista de Cinema

    1 comentário:

    1. Ao ver um filme destes, ao escrever sobre um filme destes, é-me completamente impossível dissociar a minha condição de médico e de cinéfilo, porquanto o médico permite-se frequentemente dar umas dicas ao cinéfilo e este responde com pontos de vista estranhos aos juízos clínicos.
      Este filme é um filme sobre relações humanas complexas num contexto de solidão, fragilidade e dependência.
      Nos alvores da "nova vaga" do cinema romeno, Puiu construi um "road movie" hiper-realista e contundente onde o envelhecimento, a doença e a morte, são apenas nomes, números, dados, rótulos, fichas, impondo-se inevitavelmente à pessoa concreta e ao doente em particular.
      Familiar, não é ? tantas vezes temos consciência disso e tantas vezes caímos no mesmo erro, como o colega que está antes de mais preocupado em contactar a esposa e arranjar desculpas para não actuar ou o outro moralista que prega raspanetes ao doente em vez de o atender decentemente.
      Enquanto a morte vai avançando em "real time", o filme filtra o real, é apenas um filme, certo ?
      Pois é, falemos do filme.
      Muitas vezes parece um documentário, aquelas urgências são reais, estão lá doentes verdadeiros, vêm-se filas verdadeiras e pessoas que sofrem realmente, não são meros figurantes. É uma espécie de "cinema verité", às vezes parecendo desconstruir a própria linguagem do cinema, que sempre procurou de certa forma criar ilusões e montar ficções, em suma entreter. Não estou a ver filas nos cinemas para ver um filme destes num Domingo à tarde.Quanto tempo sobrevive este tipo de cinema à velha lógica do cinema-espectáculo, que tem ditado leis?

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